Para iniciar uma seleção de matrizes para descarte, a propriedade tem que ter o máximo de informações possíveis das matrizes, ou seja, o histórico. No sistema de cria os índices zootécnicos auxiliam nessas tomadas de decisões, pois são informações sobre como está caminhando produção da fazenda. Exemplo de índices zootécnicos:
Outro exemplo de ferramenta barata que se tem é a observação do escore de condição corporal. É um índice subjetivo que estima o estado nutricional. Vacas muito magras aliadas à idade podem ser um critério de descarte, porém deve ser analisado com cautela, pois se a vaca tiver um histórico de bons índices reprodutivos valerá a pena recuperar essa vaca e mantê-la no rebanho.
O momento ideal de separar lotes para o descarte é no chamado diagnóstico de gestação. Muitas fazendas não utilizam, porém é uma forma mais rápida e precisa de detectar o quanto antes falhas na reprodução de matrizes. É realizado por um médico veterinário após 30 dias da inseminação artificial ou saída dos touros da estação de monta.
Geralmente o descarte ocorre antes de começar a seca severa para se ter menos animais improdutivos no pior momento de oferta de alimento. Com isso estratégias nutricionais podem ser feitas para engordar vacas vazias na fazenda e abatê-las antes da seca como forma de descarte. É importante lembrar que com o aumento da idade das matrizes a eficiência em ganho de carcaça piora, por isso quanto mais adensar energeticamente a dieta desses animais melhor, ou seja, uso de rações, suplementos proteico energéticos e até o confinamento. O período depende do peso de entrada dessas matrizes, mas o máximo de 90 dias é indicado.
Fique atento à proporção de descarte na fazenda e se os problemas reprodutivos são devidos unicamente às falhas das fêmeas e não dos touros. É importante manter boa genética no rebanho e animais que respondam à nutrição, manejo e sanidade.
Autor:Jessica Rocha - Supervisora Técnica Bigsal/Trouw Nutrition