Existem dois sistemas parecidos para terminar bovinos a pasto, mas é importante diferencia-los O semiconfinamento e a terminação intensiva a pasto são diferentes pela quantidade de concentrado fornecido no cocho; no semiconfinamento, é fornecido em média, de 0,8 a 1,2% do peso corporal em concentrado. E na terminação intensiva a pasto, os animais vão receber acima de 1,5% do peso corporal em concentrado, podendo chegar a 2% do peso corporal ou mais.
O semiconfinamento entra na pecuária de corte com a intenção de melhorar os ganhos de peso dos animais, com menores custos operacionais, diferente do confinamento convencional onde os animais são fechados e não buscam por volumoso, no sistema de semiconfinamento a pastagem ofertada em grandes quantidades faz o papel do volumoso oferecido no confinamento convencional.
De maneira geral, o volumoso (pastagem) no sistema de semiconfinamento está constantemente disponível para o animal e o concentrado é fornecido no cocho, podendo ser utilizado os mesmos itens do confinamento convencional. Pensando nos aumentos de ganho de peso, de tempo e/ou de área, o semiconfinamento vem como uma ferramenta de utilização para intensificação.
Para implantação de um semiconfinamento lucrativo alguns pontos importantes devem ser apurados a fim de evitar problemas futuros. Dentre estes, o manejo certo das pastagens que suporte quantidade suficiente de forragem é o ponto crucial para eficiência do sistema.
O que difere os sistemas de semiconfinamento e confinamento são os custos de produção e o ganho de peso obtido pelos animais. No sistema de confinamento, o custo da arroba produzida é mais dispendioso devido à necessidade por instalações, maquinário e mão-de-obra especializada, entre outros. Por isso é necessário um maior investimento para sua implantação.
O uso incorreto das pastagens é um dos maiores problemas enfrentados pela pecuária brasileira, atingindo diretamente a sustentabilidade do processo produtivo. Considerando-se apenas o período de engorda de bovinos, a produção de carne de uma pastagem em estado de degradação está em torno de 2 arrobas/ha/ano, já em uma pastagem em bom estado podem se atingir, em média, 16 arrobas/ha/ano. No processo de produção extensivo, os animais são criados em regime de pastagens durante todo o seu ciclo de vida, com instalações simples, sendo necessário dispor de 0,5 a 1,0 hectare de pasto por animal/ano, apresentando baixos resultados necessários para ganhos por hectare.
Diante disso, a pastagem é a principal fonte de alimento para os animais criados nesse sistema, que recebem ainda aproximadamente 1% do peso corporal em suplementação no cocho. O sistema de semiconfinamento possui algumas vantagens quando comparado à criação extensiva em pastagem ou uso do sistema de confinamento. Com relação ao sistema de produção extensiva em pastagens, cabe salientar uma redução do tempo para terminação dos animais, consequentemente aumentando o giro na fazenda bem como a taxa de desfrute; proporcionando animais com carcaças com melhor acabamento; permitindo a engorda dos animais durante todo o ano, o que facilita a venda dos animais em períodos com menor oferta no mercado; e incrementa a fertilidade do solo.
Com base nas informações citadas, podemos mostrar como uma desvantagem no semiconfinamento a alta dependência das pastagens como opção de volumoso e como vantagem pode se destacar o baixo custo com as instalações básicas para sua implantação.
O semiconfinamento é consistido através da utilização de concentrado para animais que se encontram em pastagens vedadas ou diferidas. As pastagens vedadas ou diferidas são aquelas áreas que durante o período final das chuvas serão produzidas quantidades suficientes de volumoso para os animais pastejarem por certo período da seca. Essa estratégia é fundamentada na dieta do animal no pasto e no cocho (ração concentrada).
A escolha das forrageiras tem papel crucial nesse sistema de produção, o qual deve ser observada características próprias de cada local, período de diferimento e época de pastejo dos animais. Escolher a forrageira é uma etapa importante e dependente do objetivo do sistema de produção, do quanto pode ser aplicado financeiramente e da mão de obra. O clima da região é outro fator importante fator que deve ser levado em consideração, as qualidades do solo e de qual forma será utilizada a forrageira.
No semiconfinamento o concentrado é fornecido no volume de 0,8 a 1,2% do peso vivo dos animais. Se a pastagem vedada tiver boa abundância de matéria seca, aguentara de 1,5 a 3 animais por hectare, por um período de 90 a 120 dias. Essa técnica tem alguns benefícios como a utilização de pouca mão de obra, de pouca estrutura necessária e grande ganho de peso, que pode chegar a ser algo que fica em torno de 500 e 1.200g/animal/dia, com rendimento de carcaça variando na ordem de 52 a 55%.
O manejo dos animais que estão no sistema deve ser realizado sempre de forma racional, para evitar acidentes e o estresse. A observação sobre o comportamento e aparência dos animais é continua, para evitar problemas. Animais doentes ou debilitados devem ser separados para tratamento, voltando ao semiconfinamento, após sua recuperação. Antes de entrarem no semiconfinamento os animais devem passar por um protocolo sanitário com vermífugos para ecto e endoparasitas e vacinas.
Concluímos que o sistema de semiconfinamento é uma estratégia de fácil utilização e implantação dentro das fazendas, podendo tornar o sistema mais produtivo, além de custos mais baratos quando comprado ao confinamento convencional com ganhos zootécnicos próximos.
Com todas essas informações, vem o questionamento, o que utilizar? Qual manejo seguir? Qual dieta eu posso escolher?
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Autora: Danubia Figueira – Médica Veterinária e Supervisora Técnica Bigsal Trouw Nutrition.