Em uma terminação eficiente, um dos objetivos é abater animais jovens, e o grande desafio é acabar esses animais em um tempo mais curto. Para isso alguns pontos devem ser considerados para intensificação da terminação e aproveitamento máximo da forragem:
É importante dividir os períodos do ano em seca, águas e transição, pois em cada período as plantas apresentam diferentes concentrações dos nutrientes. Com isso, ter uma avaliação do valor nutritivo do pasto é fundamental.
Águas
Nas águas o pasto acumula mais massa e possui menos concentração de lignina, com isso, maiores frações digestíveis, o que favorece o consumo. O que acontece é que nesse período o pasto se encontra no estado vegetativo apresentando maior proporção de folhas, e isso otimiza o desempenho animal. É importante se atentar à taxa de lotação, tanto em sistema rotacionado quanto em sistema contínuo de pastejo, aliado ao objetivo da fazenda. Por exemplo, dá para priorizar a produção por área colocando mais animais no piquete (sempre mantendo a oferta adequada até o fim da terminação) porém nesse cenário a eficiência em relação à suplementação (kg de suplemento/@produzida) pode ser menor, outro exemplo é priorizar o ganho individual dos animais com uma taxa de lotação menor, ou ainda utilizar o ótimo do pastejo que favorece os dois cenários (Figura 1).
Com relação à suplementação nessa fase, o importante é oferecer aporte de nutrientes energéticos pois são eles que vão acelerar o tempo de terminação dos animais e dar acabamento, além disso é fonte de proteína não degradável no rúmen, que é escassa no pasto e importante para produção de carcaça. É possível se trabalhar com diferentes situações de suplementação, como por exemplo o uso de suplementos de baixo consumo no começo e finalizando próximo aos 60 dias de terminação com um suplemento de alto consumo (2% do peso vivo) no caso de animais pesados, fornecer um suplemento proteico energético (cerca de 0,5% do peso vivo) durante toda a terminação no caso de animais mais leves para acelerar o ganho, ou também fazer o semi confinamento com suplementação energética 1% do peso vivo, todos os cenários aproveitando o pasto sem deixar de fornecer aporte energético.
Figura 1 . Relações entre pressão de pastejo, ganho de peso por animal e ganho de peso por unidade de área. Fonte: Mott (1960).
Seca
Com a redução das chuvas e das temperaturas na estação seca, o pasto perde qualidade pelo aumento da senescência da planta e sua produção é drasticamente reduzida. Com isso, a terminação intensiva visa acelerar o abate desses animais em uma época de escassez de pasto. O intuito é fazer com que o animal consuma menos pasto e maior parte de suplemento, ingerindo adequada quantidade de energia, proteína e minerais para produção de carcaça. O pasto nesse caso, entra como fonte de fibra apenas para manter em bom funcionamento o rúmen do animal, não podendo também faltar, com isso é importante se atentar à oferta de forragem no período seco para adequar a taxa de lotação à capacidade da fazenda.
Com relação à suplementação, é imprescindível trabalhar com suplementos energéticos, pela falta de nutrientes do pasto. Suplementos com consumo de 0,5% a 1% do peso vivo nesse período necessitam de menor desembolso comparado a animais tratados com suplemento de maior consumo (2% do peso vivo), porém ao final da terminação, a produção de carcaça de animais consumindo 2% do peso vivo pode ser de no mínimo 4@ a mais, portanto o que deve ser levado em consideração é o retorno financeiro no final.
Terminar animais com eficiência é uma opção viável, que requer planejamento, métricas e acompanhamento. Entregar animais bem acabados, jovens e pesados já é uma realidade em muitas propriedades, e o caminho a seguir para uma pecuária lucrativa.
Autora: Jéssica Rocha Sousa Gervásio
Supervisora Técnica Bigsal Trouw Nutrition